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O nosso xadrez



E aqui estou eu, de novo escrevendo de você. Sei que não deveria, juro que realmente tentei não fazer com que fosse você o assunto principal de todas as minhas memórias, tentei. E falhei. Você é o primeiro assunto, a primeira palavra que me vem na cabeça. Quando uma mínima idéia de escrever alguma coisa passa pela minha cabeça, você já está em pé, aguardando ansiosamente para ser descrito aqui. Parabéns, conseguiu o que queria! Tento, tento mesmo esquecer todas palavras, toques e coisas afins que passamos, mas o problema sempre vai ser você. De que vale eu ficar aqui me acabando dizendo que a culpa de tudo isso é minha? Pois é, a culpa não é minha. Claro que, agente não gosta sozinho, então.. Confesso, a culpa é nossa. Nunca existiu um "nós" oficial, eu sei, ele não precisou e penso eu que nunca irá existir, mas somos culpados por toda essa situação, ambos erram agora. E um desse "nós" precisa tomaruma decisão, você sabe disso. O mínimo que consigo te entender, sei que do "nós" que cabe a ti nada virá. Ou seja, it's my turn. 
Meu plano está escrito na minha testa? Ou estou carregando uma placa dizendo que irei te esquecer e não vi? Porque parece que da minha mente você já tem o domínio, sabendo exatamente todas as minhas jogadas. O xeque-mate estava pronto, perfeito. Até que com um simples movimento, do rei você muda a posição, e o desfaz completamente. Trazendo a fraqueza, a incerteza e aquele antigo sentimento gasto de volta pra casa. Queria que pelo menos uma vez, uma única vez, eu conseguisse ser o rei e fazer com que todo seu plano todo se destrua.. Ou será que já fiz isso? Apenas inverti algumas posições, se lembra? Fiz com que o orgulhoso rei desejasse estar no piso do lado, para que após uma longa caminhada conseguisse estar mais próximo da amada rainha posicionada no tabuleiro a frente, mas ele apenas queria isso e não pudia. Porque ao lado da amada rainha, outro rei já havia. Dói eu sei, um ódio te invade, o mundo desaba, os olhos ardem, o coração é dobrado em mil pedaçinhos fracos, você quer sumir.. É eu sei. E para conseguir decorar tanto os sintomas, quanto as táticas do jogo tive um ótimo professor. Você. Devo confessar que a cada jogada triunfal que conseguia formular a dor me tomava tanto quanto, ou até mais forte que em você. É. A única parte do jogo que não aprendi. Mentir. Por mais que meu rosto demonstre um sorriso vitorioso e até sarcástico, meu coração grita. Pois é só virar as costas, bravo e enfurecido com o mundo, que o arrependimento bate. O perdão fica esperando na ponta da língua, o sorriso sarcástico vai embora com você, e dele você já utiliza rapidamente com alguma outra avançada no campo inimigo. Meu coração já partido em cem, agora parte-se em mil ou mais, não sei, as lágrimas me deixam tonta demais para conseguir um valor exato. Enquanto meu corpo todo desmorona, você demonstra uma única reação. E ela vem da segunda parte mais intrigante, misteriosa e cativante do seu corpo. Seus olhos. Que já percebi, só descansarem tranquilamente, vidrados aos meus. Pelo menos a segunda parte, posso dizer com convicção que já a tenho, há bastante tempo atrás, eles são meus. Já a primeira parte é conquistada, a cada pequeno e indefeso passo do peão mais próximo chego dela, a parte que muitas tentaram, mas nem ao menos conseguiram um peão colocar, e eu coloquei. Por mais que ele suba e também desça de posição rapidamente, sei que está lá, o primerio nível ele conseguiu vencer. Cuidado, seu coração não é mais um monstro de sete cabeças, a primeira eu já derrotei.
Agora assim será, como um jogo onde cada avanço ou retraída de um simples peão conta. Cada jogada é analisada de todos os angulos possíveis, aguardada temerosamente e anciosamente. Um jogo de xadrez onde a rainha precisa derrotar o rei, que cisma em continuar posicionado em sua parte do tabuleiro. Avance, ou regrida. A rainha está cansando de formular cheques-mates. Vamos lá, está na sua vez agora!

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